A tecnologia está dominando nossas vidas e isso não é nenhuma novidade. Todos temos diariamente a oportunidade de utilizar algum equipamento ou sistema tecnológico. Registramos nossas informações em diversos sites, sistemas e aplicativos. Até aí tudo certo. Mas, o que aconteceria se, por exemplo, quiséssemos que nossos dados de cadastro fossem disponibilizados para outro sistema? Afinal, o que é interoperabilidade?
A interoperabilidade é quando dois sistemas conseguem operar entre si ou com outros, através de padrões abertos, independente de qual tecnologia (linguagem) utilizam e de onde estão instalados.
Para que seja possível trocar informações entre sistemas de qualquer área, ou da área da saúde, é necessário que haja uma integração de dados-ponto (através da interoperabilidade, integrar sistemas diferentes ou de diferentes tecnologias utilizando protocolos abertos).
Como o objetivo deste artigo é construir uma noção ampla sobre o assunto, veremos abaixo o conceito dos três principais tipos de interoperabilidade. Estes tipos variam em diversos aspectos, iniciando pelo nível mais simples, indo até o mais complexo de todos. Os modelos apresentados a seguir são de significativa importância para o entendimento do conceito.
– Interoperabilidade técnica:
Trata-se de um padrão para comunicação, envio e armazenamento de informações, podendo ser de uma ou mais entidades;
– Interoperabilidade semântica:
As informações recebidas de distintas origens têm um significado (semântica), e para que sejam corretamente lidas e registradas, essas demandam o uso de ferramentas que permitam a classificação da ontologia da informação;
– Interoperabilidade política/humana
Além dos conhecimentos técnicos e da disponibilidade de ferramentas, a decisão de disponibilizar as informações aos usuários envolvidos é muito importante, pois um dos grandes problemas percebidos é a falta de políticas públicas que incentivem a redução da exclusão digital. Bom exemplo da falta de interoperabilidade de informações, se dá na quantidade de pesquisas ou empreendimentos que tratam de um mesmo assunto ou setor-ponto;
Após o entendimento inicial, veremos alguns exemplos de interoperabilidade na área saúde e como os dados poderiam interagir trazendo benefícios.
A figura acima exemplifica a ida de um paciente ao consultório médico. Quando esse necessita de algum procedimento, como internação hospitalar, terá acesso aos dados recolhidos em sua consulta no primeiro consultório, por meio da interoperabilidade entre os dois sistemas.
Esse mesmo modelo serviria para exames laboratoriais ou de imagem. Poderia, também, ser acessado por outros estabelecimentos de saúde e de bem estar. A base de dados gerada pela interoperabilidade de sistemas de diferentes instituições, pode, também, produzir dados para pesquisa e possibilitar a visualização de informações pelo próprio paciente através de aplicativos móveis.
Do ponto de vista do tratamento de pacientes, o acesso ao histórico é imprescindível, e quanto mais rico for este histórico clínico, melhor e mais assertivo será o tratamento. Muitas vezes os pacientes esquecem de detalhes do próprio histórico de saúde, que para o diagnóstico e tratamento podem ser decisivos ou fatais, como, por exemplo, no caso de alergias.
É certo que o acúmulo de informações, no caso da saúde, é benéfico ao paciente em seu tratamento, pois facilita a análise do médico ao respectivo histórico. Além disso, a utilização da interoperabilidade entre sistemas da saúde pública e privada pode gerar um grande volume de dados e possibilitar uma análise por sistemas de inteligência artificial.
A interoperabilidade em saúde, apesar de carregar consigo um nome complexo, trata de algo muito importante, que é o conjunto de informações dos mais diferentes serviços por onde passam os pacientes. A não disponibilização dos dados integrais é um prejuízo ao próprio tratamento.