Nunca a saúde esteve tão em voga. Muitas pessoas estão preocupadas com a própria saúde e com o sistema de saúde em si. Algumas já sabem até o valor do orçamento, quantidade de leitos de UTI por 100mil/hab, quase uma tese de doutorado. A saúde é um tema complexo e pouco entendido, pois envolve muitos fatores e conhecimentos técnicos que a população, em massa, não tem acesso.

A saúde populacional pode ser de uma cidade, estado, país ou apenas de uma população adstrita. Neste sentido, ela começa pelos determinantes sociais, passa pela prevenção e promoção, e finalmente, pela jornada do paciente quando já enfrenta algum problema de saúde.

Os determinantes sociais de saúde são os fatores que influenciam na saúde dos cidadãos, como condições de trabalho, de moradia, exposição a violência, condição nutricional e acesso ao tratamento. Além desses, também incluí o tabagismo, o etilismo, e os outros vícios.

As estratégias de prevenção e promoção da saúde definem formas de melhorar as condições nutricionais, físicas, emocionais, de trabalho, de moradia, e de bem-estar. Essas mudanças impactam direta e indiretamente a qualidade de vida dos cidadãos. Basicamente, elas atuam nos fatores determinantes sociais de saúde.

Quando por algum motivo essas condições não são bem desenvolvidas, ou por algum fator genético o cidadão é acometido por uma doença, ele irá necessitar de auxílio do sistema de saúde. Essa assistência normalmente se inicia por uma consulta, e evoluí com exames complementares, passando por avaliações de especialistas, cirurgias, internações e alta. Após a alta, em caso de cirurgia, é muito comum que no pós-operatório ocorra o acompanhamento de outros profissionais e novos exames.

Nessa trajetória, é muito importante que o paciente tenha uma boa jornada, seguindo os caminhos definidos pelo profissional que o acompanha, tanto na ordem de execução, como no que fora prescrito como tratamento. Caso não seja seguido, existem inúmeros problemas que podem agravar o seu estado de saúde ou gerar maiores custos ao sistema. A seguir, serão listados alguns problemas e desafios por dificuldades na jornada do paciente.

Baixa qualidade na experiência do paciente devido a necessidade de obter informações de instituições diferentes. Acontece quando, em uma consulta, o paciente precisa levar exames, receitas, encaminhamentos e outras informações do seu histórico;

Falta ou dificuldade de acesso por problemas de comunicação e de autorização de procedimentos em outros estabelecimentos e serviços, quando necessário;

Repetição de exames devido à falta de integração dos diferentes sistemas das instituições pelas quais paciente passou: na dúvida da credibilidade da informação, muitos exames acabam sendo refeitos, mesmo ainda estando válidos;

Falta de engajamento ao tratamento pelo paciente pode ser gerada pela falta de clareza e acompanhamento do desenvolvimento do tratamento, levando a um menor índice de adesão e, consequentemente, a uma diferença no resultado clínico;

Aumento de custos: pelo número de exames por consulta (nos casos da utilização indiscriminada dos serviços), pela frequência excessiva no pronto-socorro e de internações.

 

Há ainda problemas de ordem assistencial que levam ao risco de vida do paciente, como a falta de informações sobre alergias, e falta de histórico médico em caso de atendimento em instituições nas quais o paciente não havia estado.

Essa ênfase na coordenação de cuidados evita a reincidência desnecessária e o trânsito do paciente pelo sistema de saúde. Se estiver apoiada em protocolos assistenciais consistentes para cada tratamento, fará com que o paciente não só o aproveite melhor, como se comprometa mais.

Para que o resultado seja muito satisfatório, será necessário um forte direcionamento às linhas de cuidado, que tem por objetivo mapear e definir os processos que proporcionem um fluxo adequado e pertinente aos protocolos clínicos definidos.

 

Um dos grandes desafios é a falta de tecnologia empregada no processo. Engajar os pacientes, implementar protocolos, estabelecer fluxos de atenção, definir os passos e as linhas de cuidado durante a jornada do paciente são essenciais para a efetividade do serviço. A tecnologia é mais que uma aliada neste caminho, sendo imprescindível para que se atinja os resultados almejados.

Melhorar a saúde de uma população demanda muita análise, muitos dados paralelos e complexos. Para estabelecer correlações, regressões e principalmente “juntar” as informações de um modo que possibilitem Analytics, também é mandatório o uso de tecnologia, seja no registro das informações ou na integração de sistemas que precisam interoperar, como na análise dos indicadores resultantes.

A caminhada em direção da melhoria dos resultados exige muita disciplina e determinação. São muitos fatores que evolvem uma boa condução dos serviços que trazem mais benefícios aos pacientes. Nesse texto, apresentamos algumas alternativas e problemas a serem enfrentados.