Do Open Banking ao Open Health.

Como a área financeira ilumina a inovação e tecnologia na saúde?

A área financeira por sua natureza aprendeu de forma intrínseca que a inovação poderia gerar mais resultados. Na área da saúde, melhores resultados significam melhores desfechos clínicos. O que nem sempre tem a ver com recursos financeiros e saldos de operações positivas. Apesar de naturezas distintas, de uma forma ou de outra, a área financeira sempre foi uma forca motriz na direção da inovação e análise de investimento em tecnologia.


Voltemos aos anos de 1967 quando um banco inglês, Barclays, conseguiu colocar em funcionamento seu primeiro caixa eletrônico. De lá para cá, aqueles que como eu nasceram por volta de 1970, viram a revolução tecnológica liderada pelos bancos, investindo milhares de dólares em novos processos como caixas automáticos, self services, cartões com chip, extratos por fax, Internet Banking, aplicativos moveis até o Open Banking. Na saúde, passaram-se 10 ou 15 anos até que as primeiras ferramentas de cadastro de pacientes e faturamento fossem implementadas. Ao longo dos últimos 20 anos os gestores de hospitais e operadoras de planos de saúde foram aos poucos tomando consciência que o processo havia se tornado mais complexo e demandava mais informação. Isso levou a uma corrida por automação na área e tivemos um crescimento exponencial de sistemas e tecnologia para o setor. Atualmente uma parcela significativa dos estabelecimentos de saúde conta com algum tipo de prontuário eletrônico, contendo minimamente os dados clínicos dos pacientes que por ali estiveram. Com maior ou menor sofisticação, a informação está lá.

O que se pode observar com a abertura dos dados bancários, de crédito dos cidadãos foi uma possibilidade de melhora nos serviços. Obviamente falamos de uma abertura transparente com o devido consentimento do titular dos dados. Felizmente não demorou tanto tempo para que comecemos a falar deste assunto na saúde. O Open Health não deve ser uma tendencia. O desafio e unificar os dados, sob padrões de interoperabilidade que permitam criar históricos clínicos pessoais em ordem cronológica. Para isso é preciso de ferramentas dedicadas a conectar sistemas de diferentes linguagens e arquitetura de software, de diferentes instalações.  

“Para que venha a ser um Open health na prática teremos de unificar estas bolhas, públicas e privadas” 

Pode parecer impossível, no entanto isso já ocorre no Brasil.
Podemos chamar de bolhas de interoperabilidade, ou incitavas próprias de integração entre alguns serviços de saúde. Para que venha a ser um Open health na prática teremos de unificar estas bolhas, públicas e privadas. Um belo desafio que a área financeira conquistou e demonstrou ser possível. Ainda que na área da saúde a complexidade seja muito maior, pois são muitas classes de informação, é perfeitamente possível. Só depende de nós!
São aproximadamente 7.000 hospitais, 20 mil clínicas, 1.200 operadoras de saúde, 5.565 municípios, 20 mil laboratórios e não mais de 500 fornecedores de tecnologia, além do próprio Datasus. Isso seria a curva A para termos mais de 95% dos cidadãos com seus dados interligados.

Mãos à obra!

Texto criado pelo nosso Diretor de Operações: Guilherme Barros

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